CMS Tattoo - 16 anos

setembro 12, 2019

CMS Tattoo - 16 anos

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Desde que me conheço por gente eu rabisco, desenho e sujo de tinta (de um a tudo) por onde estive. Aos 13 anos fiz meu primeiro letreiro num comércio. Acredito até que este momento seja um dos mais importantes para a minha história atualmente. Então percebi que levava jeito com a arte. Daí saí literalmente do papel para as paredes. Mas foi a partir de 1997 que após grafitando em diversos muros da cidade de Mauá com alguns amigos que me seguiram nesta árdua trajetória de aprendizagem no ramo profissional e muito concorrido que fui agregando experiência e maturidade onde nesta época fiquei conhecido como assinava as minhas obras. CMS, é nada mais que a sigla do meu nome Cícero Martins da Silva. Em 1998 até outubro de 1999 valorizei ainda mais minha arte criando estampas, logotipos e símbolos para marcas de skate que estavam crescendo. Nesta época também estava muito envolvido com um fanzine de bandas de metal nacional. E aquilo me fez trabalhar para muitos grupos de Death, Black e Doom Metal na criação de logotipos e capas de demo-tapes. Já no ano 2000 minha irmã tentava me influenciar a comprar o kit de tatuagem para iniciar neste caminho. Não acreditei muito e de início não fui atrás. Trabalhei para algumas empresas como cartazista (durante 10 anos) e em Outubro de 2003 resolvi me jogar para o mundo da Tattoo. Ainda assim somente como amador, tratando a tatuagem como um bico e não como uma profissão. Como eu tinha meu trabalho registrado considerava a tattoo como um extra e fazia somente entre amigos da empresa. E cheguei a parar de tatuar durante uns 2 anos por que estava desanimado e a vida tinha me mostrado outras habilidades relacionados à música.

Relembrando às minha primeiras tatuagens posso avaliar que dentre um período obscuro trilhei sozinho sem conhecimento em técnicas que poderiam me ajudar na beleza e num trabalho de melhor qualidade. Então cego, sempre acreditando que estava certo. Tatuei à deriva sob o sabor da inexperiência. Não me preocupava com pigmentação e cicatrização. Apenas em terminar o desenho. Nem cogitava a ideia de que eu poderia ser um profissional melhor ou simplesmente aprimorar as minhas tatuagens. Ser crítico comigo mesmo era um pensamento que eu não desenvolvia. Pois estava trabalhando sem foco apenas aleatoriamente sem me preocupar com detalhes. Esse foi o meu erro. Os detalhes são as principais ferramentas para um resultado satisfatório. Por um tempo (2 anos) eu fiquei sem tatuar. Desanimado até mesmo com os desenhos escolhidos pelos clientes ( que eram muito clichê e sem personalidade) e pelo resultado do meu traço que percebi não ter desenvolvido bem, devido eu não ter nenhuma convivência em estúdio e trocar experiências com outros tatuadores. Mas muitos amigos me pediam para voltar a tatuar. Eles meio que acreditavam mais em mim do que eu em mim mesmo. Se é que você me entende!? Não tinha o hábito de tirar fotos das minhas tattoos e das poucas que registrei acabei perdendo num celular antigo que se quebrou e não tem conserto. Porém, as que sobreviveram me servem como uma visão(reflexão) mais profunda referente a minha vagarosa evolução. Afinal ninguém começa tatuando trabalhos perfeitos em seus primeiros passos.

2015, o retorno árduo e cheio de desafios por que foi nesse ano que foquei somente na tatuagem e decidi trabalhar somente com esta arte. Porém enfrentei com humildade e confiança. Melhorei meus traços e me concentrei na evolução. Um passo de cada vez sem atropelar o poder do tempo. Nos últimos meses de 2015 trabalhei duro e fiz um bom material (assim eu o considerava) para expor num novo portfólio. A cada tattoo fui me adaptando aos meus novos conhecimentos e tentando transmitir mais profissionalismo para os clientes. Acredito em grande parte que as pessoas curtiram e isso é reconfortante e de um valor inestimável. Estas tatuagens marcam o meu recomeço com mais força e dedicação à arte.

Esporadicamente fui voltando ao mundo da tattoo e hoje estou mais firme nesta proposta. Venho cada vez mais desenvolvendo minhas habilidades e aprimorando meus conhecimentos. A cada novo trabalho realizado vejo a satisfação do cliente que se torna amigo. Sei que tenho que desbravar muitos horizontes pela frente, mas estou focado em meus objetivos e buscando sempre a excelência no atendimento e na realização de uma boa tatuagem.

Considero como simbolismo os 16 anos de tattoo por que foi o meu contato imediato quando resolvi ir no Klan Tattoo em São Caetano do Sul naquele mês de outubro de 2003 cujo eu havia recebido o meu dinheiro das férias e investi em materiais profissionais para dar início os meus primeiros passos na tatuagem. E assim fui convidado pelo Ênio Conte para ir até o Klan para que ele me desses uns toques e aquilo abriu a minha mente de uma maneira totalmente nova. Numa segunda oportunidade ele me pediu para ir assistir uma sessão de tattoo com o Sidney que também me deu praticamente um workshop ao vivo de todos os procedimentos que englobam a tatuagem e foi então que aquela data me marcou e me trouxe até aqui...